Reprodução

Os cefalópodes são dióicos (sexos separados), com reprodução sexuada, e fecundação interna. Formam ovos ricos em vitelo, dos quais emergem jovens por desenvolvimento direto. Os de habito bentônico, após eclodirem podem assumir existência planctônica até que alcancem um tamanho maior. Já os planctônicos enquanto juvenis, vivem em níveis mais alto na coluna de água que os adultos.

Todos os cefalópodes apresentam gônada única, localizada na parte posterior do corpo. Nos machos, o esperma é conduzido a partir do testículo pelo vaso deferente, bastante enrolado, para uma vesícula seminal que possui paredes sulcadas e ciliadas. Nesta, os espermatozóides são envolvidos por um espermatóforo muito elaborado. Da vesícula seminal, os espermatóforos passam para um grande saco de armazenamento, saco de Nedham, que se abre ao lado esquerdo da cavidade do manto (figura 1).

 

 Figura 1- Aparelho reprodutor masculino em polvos

 

O sistema reprodutor feminino dos cefalópodes (POLVO) é composto por: ovário, oviduto e glândula do oviduto (figura 2). O ovário único ocupa a parte posterior da cavidade do manto. Todos os cefalópodes tem glândula ovidutal, cujo número corresponde ao número de ovidutos.

 

Figura 2- Sistema reprodutor feminino em polvos

 

As diferenças externas entre machos e fêmeas são pouco visíveis antes dos cefalópodes estarem sexualmente maduros, mas o dimorfismo sexual torna-se mais evidente após a maturação sexual. A característica sexual secundária mais marcante é o chamado hectocótilo, que é um dos braços do macho que transforma-se em um órgão intromissor,  cuja função é transferir as bolsas de espermatozóides para o interior do manto da fêmea.. Nas lulas nos braços modificados existem varias fileiras de ventosas que são menores e formam uma área de adesão para o transporte dos espermatóforos, enquanto que nos polvos a ponta do braço possui uma depressão em forma de colher (polvos).

Alguns octópodes incirrata pelágicos como Argonauta, Tremoctopus e Ocythoe apresentam forte dimorfismo sexual.

Antes da cópula, um cefalópode macho pode realizar exibições de coorte, que serve para identificá-lo diante da fêmea. A exibição também se orienta aos machos intrusos onde o mais forte se sobressai.

Na cópula, a fertilização pode ocorrer dentro da cavidade do manto ou fora do corpo. Nos cefalópodes pelágicos, a cópula ocorre enquanto os animais estão nadando. O hectocótilo é inserido na cavidade do manto da fêmea, onde é depositado os espermatóforos na parte do manto próximo às aberturas provenientes aos ovidutos. Após a transferência de esperma o casal separa-se e a fêmea irá, então, fecundar os seus óvulos quando mais lhe convier.  Geralmente existe algum grau de cuidados parentais, especialmente entre os polvos. As fêmeas colocam os ovos numa pequena cova, que guardam durante desde algumas semanas até 8 meses, dependendo da temperatura da água (figura 4.). Não se alimentam durante esse período, morrendo pouco depois que os jovens nascem.

 

  Figura 3- Desova de lula

 

Figura 4- Desova de polvo

Nas lulas a medida que os ovos são descarregados no oviduto, cada um é envolvido por uma membrana da glândula ovidutal. Algumas lulas possuem glândulas de nidação, que produzem um revestimento protetor adicional aos ovos. Após deixar a cavidade do manto, o cordão ovígero é preso pelos braços, e os ovos podem ser fertilizados pelo esperma proveniente do receptáculo seminal sob a boca. Em lulas, é igualmente freqüente os progenitores morrerem imediatamente após o acasalamento, deixando os ovos envoltos em finas membranas ancorados no fundo arenosos do oceano (figura 3.).

A reprodução encontra-se sob controle hormonal, e os hormônios são produzidos por um par de glândulas ópticas esféricas associados aos tratos ópticos. As secreções não somente regulam a produção de óvulos e espermatozóides como também, após a incubação, fazem que a fêmea pare de se alimentar e incube seus ovos (polvos bentônicos). A morte segue-se ao período reprodutivo em ambos os sexos, porém existem exceções, cujas espécies podem se acasalar anualmente por alguns anos.