Evolução

Os cefalópodes são os invertebrados mais “evoluídos” que existem nos oceanos e representam o expoente máximo da evolução alcançado pelo Filo dos Moluscos, um grupo taxonômico muito diversificado e que inclui ainda os Bivalves (ex. mexilhões e ostras), os Gastrópodes (ex. lesmas e caracóis) e muitas outras formas menos conhecidas.  É um grupo antigo, com surgimento anterior aos dos cordados (animais com esqueleto), datando do período cambriano. Paleontologistas, porém, tem traçado a origem dos cefalópodes no pós-cambriano, já no período mesozóico, durante os quais muitos cefalópodes prosperaram e radiaram, surgindo os grupos: Amonnites, Beleminites e Nautiloidea. Já os cefalópodes modernos (lulas, polvos e sépias), apareceram no jurássico, existindo porém a possibilidade que tenham aparecido apenas no início do devoniano.

Estudos argumentam que a evolução dos Coleoides foi fortemente influenciada pela competição e pressão de predação de peixes e répteis marinhos desde o mesozóico, sugerindo até que a radiação adaptativa de peixes e répteis em “águas rasas”, que forçaram os cefalópodes de concha a habitarem “águas profundas” (xxx). Uma conseqüência disso foi à perda da concha, por causa do limite de profundidade imposto pela ação da pressão hidrostática no espaço de baixa pressão do gás na concha. Subseqüentemente, alguns coleioides modernos sem concha retornaram para águas rasas para competir novamente com teleósteos.

A perda da concha em grande parte dos cefalópodes modernos fez com que a evolução dos cefalópodes estivesse diretamente relacionada com os mecanismos de flutuação de baixa pressão, surgindo então outras adaptações como: habilidade para regular flutuação, acompanhada por redução ou introversão da concha, desenvolvimento do manto muscular para uma rápida propulsão na locomoção, desenvolvimento mais efetivo de órgãos do sentido, aumento do tamanho do cérebro, mudança de coloração da pele para mimetismo, além de que o surgimento de comportamentos mais sofisticados.

Certamente uma notável característica da evolução dos cefalópodes é que todos os que apresentavam concha externa, exceto os náutilos, tornaram-se extintos.

Fig. Fóssil da subclasse Ammonoidea